O pessimmismo sentimental de marshall sahlins
Marshall Sahlins em seu texto “O 'pessimismo sentimental' e a experiencia etnográfica” faz uma crítica àqueles que afirmam que a cultura esta em vias de desaparecimento e explica que ela é muito importante pois serve a “nomear e distinguir a organização da experiência e da razão humana por meios simbólicos”. Sahlins aponta tentativas de deslegitimação da cultura que em algumas leituras é acusada de marcar diferenças e gerar discriminação e preconceitos afirmando que “ (...) por conspirar para a estabilização da diferença, legitimaria as múltiplas desigualdades.” (SAHLINS, p.43). Por isso, a cultura muitas vezes é associada ao racismo ou considerada agente sustentador do capitalismo ou do colonialismo como se essa forma de pensar a cultura não carregasse sobre ela nenhum tipo de ação intencional humana como a ações de finalidade de controle e dominação no caso do capitalismo. Para Sahlins essas seriam interpretações equivocadas da cultura e seu conceito nobre diria respeito às formas de vida e socialização próprias de cada sociedade.
Outro ponto abordado pelo autor é o pessimismo sentimental que a partir da idéia de que o objeto de estudo da antropologia está se extinguindo em um processo de aculturação devido à modernização, afirma que nesse processo aconteceria uma perda dos costumes tradicionais. A crítica de Sahlins diz respeito ao fato de que não se pode prever o futuro da antropologia a partir do suposto processo de desaparecimento de sociedades já que para ele não podemos “dar conta dos vários tipos de resistência cultural”.
Sahlins afirma ainda que as sociedades se transformam e se adaptam às novas condições de existência e que o que acontece é um processo de “intensificação cultural” ao invés de extinção:
(...)o aparentemente paradoxal enriquecimento da cultura tradicional que algumas vezes acompanha a integração das sociedades indígenas à integração das sociedades indígenas à