Rosenverck
Rosenverck E. Santos Prof. de História
A copa do mundo de futebol é a celebração entre os povos e continentes. Esse é o discurso oficial. É como a democracia racial no Brasil: - uma celebração entre as raças. Tal discurso afirma: democraticamente as raças no Brasil estariam harmonicamente relacionadas! Na copa do mundo aconteceria o mesmo, os povos estariam harmonicamente relacionados, teriam as mesmas oportunidades futebolísticas de ganhar ou perder e nada que não fosse estritamente esportivo influenciaria nos resultados.
O discurso jurídico racista construído no Brasil não foge a esta regra. Todas as oportunidades igualitárias são dadas a qualquer um, não importando condições de classe, gênero e raça. Dessa forma, todas as determinações que não fossem estritamente ligadas à capacidade intelectual e moral dos indivíduos estariam isentas de responsabilização pelas desigualdades e fracassos sociais.
A realidade concreta, no entanto, é diferente do discurso. Assim como na democracia racial brasileira onde a população negra não está socialmente igual ao segmento branco, pois os anos de escravidão e ideologia racista influenciam determinantemente nos espaços socioeconômicos ocupados por brancos e negros; na copa do mundo os resultados aparentemente esportivos não poderiam estar isentos de séculos de ideologia racista e dominação colonial impostas aos povos africanos. Senão vejamos!
Todos os times africanos que estão participando da Copa do Mundo de futebol carregam consigo – segundo quase toda a imprensa – a pecha de violentos e ingênuos. Percebam que essas afirmações em nada fogem à regra de como o continente e a história africana é percebida pela maior parte do senso comum popular e mesmo por intelectuais racistas. A África e os africanos, segundo esse discurso, não teria e não tem condições de controlar e administrar as suas riquezas e os seus territórios, cabendo aos europeus ou